Amigos,
enquanto pensava sobre o primeiro tema desta nossa primeira Carta de Crescimento, tive alguns momentos de fraqueza emocional. Sozinho no meu escritório, me peguei refletindo sobre o futuro e as incertezas que ele traz.
As Cartas de Crescimento são apenas a ponta do iceberg deste novo projeto. Tenho me dedicado e me esforçado muito nesse novo modelo de negócio, e é justamente quando estamos à beira de perder a sanidade mental que surgem esses momentos de vulnerabilidade.
Bom, talvez seja isso que nos faz humanos, não é mesmo?
Por mais que busquemos aperfeiçoar nossas habilidades, sempre estaremos à mercê da nossa própria mente. Como a Bíblia já dizia em Provérbios 4:23:
“Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.”
Diante disso, me afastei um pouco da tela do computador e tirei um tempo para descansar — o que, convenhamos, é mais do que justo diante das longas jornadas de trabalho que tenho vivido.
No mesmo dia, Flamengo e Palmeiras se enfrentavam. A mídia chamava de “o jogo do campeonato”, afinal, eram os dois grandes favoritos ao título da temporada. Faltavam pouco mais de dez jogos para o fim, e era um confronto direto: líder contra vice-líder. Milhares de torcedores estavam empolgados, ansiosos, vibrando com cada lance.
Mas, para mim, aquele jogo representava apenas descanso, distração, lazer.
Apesar de ser um torcedor declarado do Mengão, confesso: o jogo, por mais importante que parecesse, não brilhava meus olhos. A pressão do novo projeto estava grande demais. Não sei se alguém mais é assim, mas quando estou focado em algo, por mais que tente me distrair, o pensamento continua voltando para o que realmente importa.
Durante o jogo, vi alguns gols, bons lances e — claro — discussões exageradas. Mas foi apenas no intervalo que me veio à mente um texto famoso, dito e escrito por Steve Jobs.
Já tinha escutado essa fala algumas vezes — talvez durante momentos de relaxamento, rolando os reels do Instagram, ou em alguma cena do filme sobre sua vida. Mas o fato é que essa fala bate fundo. Não sei se em todo mundo, mas com certeza em todas aquelas pessoas que tentam, de alguma forma, mudar.
Mudar o mundo.
Mudar a própria situação.
Mudar o cenário atual.
Enfim, todos que buscam transformação.
E é exatamente sobre essa fala que decidi abrir as Cartas de Crescimento.
Afinal, quem melhor para inspirar um grupo de pessoas que pensa grande do que um dos maiores visionários que já existiu?
Steve Jobs não apenas construiu uma das empresas mais revolucionárias do planeta — ele redefiniu a forma como pensamos sobre propósito, criação e coragem.
Por isso, nesta primeira carta, quero dissertar sobre 3 grandes lições que ele nos deixou através desse discurso poderoso — e mostrar como cada uma delas pode ser aplicada em nossa vida e, principalmente, nos negócios.
“Isto é para os loucos.
Os desajustados.
Os rebeldes.
Os criadores de caso.
Os que são peças redondas em buracos quadrados.
Os que veem as coisas de forma diferente.
Eles não gostam de regras.
E não têm respeito pelo status quo.
Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los.
Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los.
Porque eles mudam as coisas.
Eles empurram a raça humana para frente.
Enquanto alguns os veem como loucos, nós vemos gênios.
Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo
são as que, de fato, mudam.”
— Steve Jobs
Quando Jobs fala dos “loucos, desajustados e rebeldes”, ele está falando de gente que carrega dentro de si uma inquietação que não cabe em lugar nenhum. Gente que, por mais que tente se encaixar, simplesmente não consegue — porque nasceu pra criar, não pra repetir.
E essa diferença, por mais bonita que pareça, dói.
Dói quando você tenta explicar seu projeto e as pessoas olham com desconfiança.
Dói quando você sente que ninguém entende o tamanho do que você está construindo.
Dói quando o mundo inteiro parece seguir um roteiro — e você está escrevendo o seu do zero.
Mas é nessa dor que mora a verdade. Porque quem vive de forma diferente não busca aprovação, busca propósito. E quando você tem clareza de propósito, o resto é só ruído.
Ser diferente é um ato de coragem — e também de fé. É olhar para o caos e dizer: “Eu vou tentar mesmo assim.”
Pouca gente fala sobre isso, mas empreender, criar, construir algo realmente novo é, antes de tudo, um ato solitário. É passar noites acordado com ideias que não param, enquanto o resto do mundo dorme tranquilo. É duvidar de si mesmo e, mesmo assim, continuar.
Quando Jobs diz que essas pessoas “empurram a raça humana para frente”, ele não está falando de gênios inabaláveis. Ele está falando de pessoas que sentem medo, cansaço e exaustão, mas seguem movidas por algo maior.
E é nessa solidão que você se encontra. Porque o silêncio, às vezes, é o único lugar onde as ideias ganham forma. O barulho de fora só confunde, mas o silêncio de dentro ensina.
Então, se você anda se sentindo sozinho nessa caminhada, entenda: isso não é sinal de fraqueza — é sinal de que você está no caminho certo. Porque ninguém muda o mundo cercado de aplausos.
O último trecho da fala de Jobs é um soco e um abraço ao mesmo tempo:
“As pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, mudam.”
Talvez essa seja a frase mais verdadeira que ele já disse.
Porque acreditar — de verdade — exige um tipo de coragem quase insana.
Acreditar quando as contas não fecham.
Acreditar quando o cansaço pesa.
Acreditar quando ninguém mais acredita.
Mas é essa fé, essa teimosia, essa “loucura” que muda tudo.
Porque a verdade é que o mundo sempre foi transformado por quem se recusou a desistir.
E se você chegou até aqui, lendo esta carta, é porque essa mesma loucura vive em você também. A chama que arde por dentro, o impulso que não deixa parar, o desejo de construir algo que faça sentido.
Tudo isso pulsa com vontade aí dentro de você.
No fim das contas, talvez a maior lição de todas seja essa: ninguém muda o mundo de fora pra dentro.
Tudo começa em silêncio, dentro da mente e do coração de quem ousa acreditar que é possível fazer diferente.
Ser “louco o suficiente” é ter coragem de continuar quando ninguém mais entende o porquê.
É seguir firme mesmo sem garantias, com fé de que cada passo — por menor que pareça — está te levando para o lugar certo.
E se essa carta servir para lembrar alguém disso — que vale a pena continuar acreditando, mesmo quando tudo parece incerto — então ela já cumpriu seu propósito.